O uso de motocicletas como meio de transporte tem crescido significativamente em Belo Horizonte, especialmente com o aumento da demanda por entregas rápidas. No entanto, essa popularidade vem acompanhada de um aumento preocupante no número de acidentes envolvendo motociclistas. Em 2024, a capital mineira registrou um total de 84.696 acidentes de trânsito, dos quais 23,9% envolveram motos, segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp-MG).
Especialistas apontam uma combinação de fatores para o alto índice de acidentes envolvendo motocicletas. O aumento da frota de motos, que cresceu 22,4% em cinco anos, é um dos principais motivos. Além disso, práticas perigosas adotadas por muitos motociclistas, como ultrapassagens arriscadas e desrespeito aos semáforos, contribuem para o risco elevado. Alysson Coimbra, diretor da Associação Mineira de Medicina do Tráfego, destaca que a vulnerabilidade física das motos e a falta de infraestrutura adequada também são fatores críticos.
Quais medidas podem reduzir os acidentes?
Para mitigar essa situação, é essencial investir em educação e conscientização dos motociclistas. Campanhas de direção defensiva e treinamentos específicos podem ajudar a promover uma condução mais segura.
A falta de atenção é um dos principais fatores que levam a acidentes de moto, sendo responsável por 50,8% dos casos em 2024. Outros fatores incluem problemas relacionados ao trânsito e a não manutenção da distância de segurança. A imprudência dos condutores é frequentemente citada, mas não é a única causa. A infraestrutura deficiente e a falta de fiscalização adequada também desempenham um papel significativo.
O aumento dos acidentes de moto tem um impacto direto nos serviços de saúde. O Hospital João XXIII, por exemplo, realizou 7.227 atendimentos a motociclistas acidentados em 2024. Nos primeiros meses de 2025, o número de atendimentos já superou o mesmo período do ano anterior, evidenciando a gravidade do problema.