Em 2023, a Argentina implementou o Plano Motosserra sob a liderança do presidente Javier Milei, o que resultou em mudanças significativas na economia do país. Antes da implementação do plano, a Argentina era um destino acessível para turistas brasileiros, mas essa realidade mudou drasticamente. Em novembro de 2022, um real equivalia a 29,24 pesos argentinos. Atualmente, em 2025, essa taxa de câmbio disparou para 185,19 pesos por real, refletindo a desvalorização acentuada da moeda argentina.
O aumento do custo de vida na Argentina é um reflexo direto das políticas econômicas adotadas. O dólar, uma moeda sempre forte no país, também viu seu valor subir significativamente, agora cotado a 1.058,64 pesos argentinos. Essas mudanças tornaram a Argentina um destino mais caro, não apenas para brasileiros, mas também para os próprios argentinos.
Por que a Argentina se tornou mais cara?
A economia argentina sempre foi fortemente dolarizada, o que significa que em tempos de instabilidade, os cidadãos tendem a converter seus ativos para dólares, levando a uma fuga de capitais. Isso, por sua vez, aumenta os preços dos produtos em pesos argentinos. O governo Milei adotou medidas drásticas para tentar controlar a inflação, que ultrapassava 200% ao ano. As políticas incluíram cortes severos nos gastos públicos e uma compressão dos gastos internos, resultando em uma inflação atual de 84,5% nos últimos 12 meses.
Essas medidas, embora tenham reduzido a inflação, também geraram efeitos colaterais significativos, como o aumento do desemprego e da pobreza. Atualmente, mais da metade da população argentina vive abaixo da linha da pobreza, e o país enfrenta uma recessão econômica, com uma contração de 3% a 4% em 2024.
Impacto para os turistas brasileiros
Para os turistas brasileiros, a Argentina deixou de ser um destino barato. A diferença entre o dólar oficial e o dólar blue, que era significativa, diminuiu, tornando menos vantajoso para os brasileiros trocar reais por pesos argentinos. Agora, a melhor opção para os turistas é levar dólares para a Argentina. Além disso, a inflação em dólares é perceptível, com preços de produtos e serviços praticamente dobrando em relação aos anos anteriores.
Os preços de itens comuns para turistas, como refeições e hospedagem, aumentaram consideravelmente. Por exemplo, um café da manhã simples pode custar cerca de 5 dólares, enquanto uma noite em um hotel três estrelas pode chegar a 150 dólares. Esses custos elevados refletem a inflação persistente e a desvalorização do peso argentino.
Com a desvalorização do peso argentino, o Brasil se tornou um destino mais acessível para os argentinos. A paridade quase igual entre o peso e o dólar, juntamente com um real relativamente desvalorizado, torna as compras no Brasil mais vantajosas para os turistas argentinos.