Salário de professores no Brasil está entre os piores do mundo; saiba mais
Ser professor no Brasil em 2025 continua a ser um exercício de resistência diária. A profissão, essencial para o desenvolvimento social, enfrenta desafios que vão além do contracheque. A realidade das salas de aula revela um cenário de exigências excessivas, abandono institucional e exposição constante a riscos, tudo isso com uma remuneração que não reflete a importância do trabalho realizado.
O cenário educacional global também enfrenta dificuldades. De acordo com a UNESCO, será necessário contratar 44 milhões de professores até o final da década para garantir o direito à educação básica. As causas desse déficit incluem salários baixos, sobrecarga de trabalho e insegurança, agravadas em países como o Brasil, onde a desvalorização docente é mais acentuada.
Por que os professores ganham menos?
Um relatório do Instituto de Estatística da UNESCO (UIS) revela que em 60% dos países, os professores recebem menos do que outros profissionais com a mesma formação. No Brasil, essa disparidade é ainda mais evidente, com os docentes ganhando, em média, 40% a menos. Essa diferença salarial é uma das maiores desvalorizações registradas globalmente.
Segundo a OCDE, o Brasil paga aos seus professores menos da metade da média internacional. Enquanto um professor brasileiro ganha cerca de US$ 23 mil por ano, na Suíça, esse valor ultrapassa US$ 92 mil. Essa disparidade salarial reflete uma hierarquia global que não se justifica por limitações econômicas, pois o Brasil possui recursos para mudar essa realidade.
A desvalorização dos professores compromete o direito à educação e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) adotados pela ONU. A falta de reconhecimento e remuneração adequada afeta diretamente a qualidade do ensino e a motivação dos profissionais, resultando em maior evasão escolar e menos inclusão.
Além disso, o ambiente escolar no Brasil é marcado por violência e instabilidade, contrastando com a segurança e estabilidade encontradas em países como Noruega e Suíça. O abandono institucional se manifesta não apenas nos salários, mas também na falta de apoio e cuidado com os educadores, refletido nas licenças psiquiátricas e greves frequentemente ignoradas.