Região de MG vive período de 10 meses de estiagem

A desolação expressa na icônica canção “Asa Branca” de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, composta em 1947, ecoa de forma atemporal no Norte de Minas e no Vale do Jequitinhonha.

A seca severa, que se instalou há 10 meses nessas regiões, persiste e intensifica o sofrimento da população, infligindo prejuízos significativos à agropecuária. Saiba mais informações!

Período de estiagem em Minas Gerais causa prejuízos

Desde as últimas chuvas intensas em janeiro, as comunidades enfrentam um sol escaldante em vez da precipitação esperada. A onda de calor intensa, que atingiu a região neste mês, agravou os efeitos devastadores da estiagem prolongada: gado morrendo de fome e sede, corpos d’água secos, pastagens destruídas e milhares de famílias dependendo de caminhões-pipa para o abastecimento de água.

Os prejuízos na safra agrícola deste ano no Norte de Minas totalizaram R$ 1,823 bilhão, conforme relatório da Emater-MG. A seca implacável impactou a produção de carne, leite e derivados, causando prejuízos de R$ 770,5 milhões.

A destruição das pastagens devido às altas temperaturas resultou em perdas financeiras de R$ 692,2 milhões, enquanto os plantios de sequeiro de grãos sofreram uma redução de 52,1%, com prejuízos de R$ 361 milhões.

O gerente regional da Emater em Montes Claros, José Arcanjo Marques Pereira, destaca que o impacto negativo das perdas causadas pela escassez de chuvas na produção agropecuária alcançou R$ 1,823 bilhão em uma área de 128,48 mil quilômetros quadrados castigados pela seca.

As altas temperaturas das ondas de calor agravaram ainda mais a situação, desafiando as esperanças de recuperação. José Romildo Fonseca, presidente da Associação dos Moradores e Pequenos Produtores de Buriti Seco, descreve a situação como preocupante e destaca a demora na volta das chuvas, o que agrava a falta de pasto e a exaustão das fontes hídricas.

Previsão para os próximos meses

A previsão meteorológica indica que a região deve aguardar o retorno das chuvas em dezembro, mas com precipitações abaixo da média histórica. A carência hídrica, que já acumula prejuízos, continuará, o que tornará incerta a recuperação para os pequenos produtores. As altas temperaturas das ondas de calor agravam ainda mais a situação, enquanto a esperança de chuvas significativas diminui.

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Imagem: Reprodução/FreePik