Possível epidemia de dengue gera alerta para população de MG

Minas Gerais está diante da possibilidade de uma nova epidemia de dengue em 2024, conforme evidenciado pelo aumento inesperado de casos nos primeiros dias deste ano.

Há preocupações crescentes entre as autoridades de saúde devido ao óbito de uma adolescente de 17 anos em Timóteo, no Vale do Aço, que está sob investigação como possível vítima da doença. O aumento nos diagnósticos segue um ano considerado endêmico, com um crescimento de 330,5% em relação a 2022.

Desafios e Preocupações com a Dengue em Minas Gerais para 2024

No ano passado, o estado registrou 321.038 casos de dengue e 198 mortes, marcando um aumento significativo em comparação com os 74.796 casos e 68 óbitos registrados em 2022. Dados preliminares de janeiro indicam um aumento de 315% nos casos em relação ao mesmo período do ano anterior, com 415 casos nos primeiros oito dias de 2024.

O ressurgimento do sorotipo 3 da dengue, ausente por mais de 15 anos no país, adiciona uma camada de preocupação. A circulação desse sorotipo, associada à baixa imunidade da população contra ele, aumenta o risco de epidemia, conforme alertado pelo infectologista Kleber Luz.

Diante desse cenário, o governo de Minas Gerais anunciou um repasse de R$ 80,5 milhões para ações de conscientização e mobilização contra os focos do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue. Em Belo Horizonte, os Agentes de Combate a Endemias intensificam as vistorias e orientações à população sobre a importância de eliminar criadouros.

O infectologista Leandro Curi prevê um aumento significativo nos casos em 2024, sobrecarregando os serviços de saúde. O período chuvoso, propício à reprodução do mosquito, e o calor favorecem a propagação da doença.

A eficácia da vacina Qdenga, recentemente incorporada ao Programa Nacional de Imunização, é destacada como uma ferramenta positiva no combate à dengue. No entanto, a disponibilidade inicial será limitada, priorizando grupos considerados prioritários.

Diante desses desafios, campanhas de prevenção, investimentos em monitoramento e ações de controle vetorial são estratégias implementadas pelas autoridades de saúde, embora o histórico mostre dificuldades em conter a propagação da doença nas últimas décadas.

A população é incentivada a procurar atendimento médico ao apresentar sintomas, e a conscientização sobre a eliminação de criadouros do mosquito permanece uma prioridade.

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