Futuro das finanças: conheça as novidades do Banco Central
Criptomoeda brasileira, Pix Crédito e transações via biometria estão entre as possibilidades estudadas pela instituição.
Considerado como o “banco dos bancos”, o Banco Central (BC) é a autarquia federal autônoma responsável, entre outros aspectos, pelo controle da inflação, pela emissão de papel-moeda e metálico e pela política monetária nacional. Nos últimos tempos, a instituição tem proposto novidades para o mundo do mercado financeiro.
Uma das inovações, ainda em estado de testes, é o Drex, uma espécie de real digital com funcionalidade semelhante ao Pix, que tem como diferencial a transferência instantânea de altos valores no mercado de atacado — o que tornaria possível comprar Ethereum, Bitcoins e o próprio Drex num futuro próximo.
E não é só isso, já que também estão sendo projetadas atualizações no sistema do já conhecido Pix, de modo a deixá-lo ainda mais acessível para toda a população brasileira. Nesse sentido, separamos as principais novidades propostas pelo Banco Central do Brasil.
BC: O que há de novo e o que esperar?
No início de setembro deste ano, o Banco Central divulgou o “Relatório de Gestão do Pix: concepção e primeiros anos de funcionamento 2020-2022”, cuja temática aborda desde a criação da plataforma até as atualizações que o sistema deve sofrer nos próximos meses ou anos.
Vale destacar que o uso dessa ferramenta tem ganhado cada vez mais o gosto dos brasileiros desde que foi lançada, em 2020. Para se ter uma ideia, o Brasil possui 153 milhões de usuários cadastrados e 650,7 milhões de chaves (já que uma mesma pessoa pode ter várias chaves cadastradas em diferentes instituições).
De volta ao relatório, há um ponto que chama bastante atenção: a possibilidade de realizar as transações financeiras sem a necessidade de conexão com internet, algo que facilitaria a vida de milhões de brasileiros que não têm acesso a esse tipo de rede. Dessa forma, o Pix poderia ser feito via bluetooth ou biometria.
Outra funcionalidade já anunciada pelo BC, com previsão para outubro de 2024, é o Pix automático. Ele funciona como uma espécie de débito automático (DA), no qual seria possível programas contas recorrentes, o que inclui pagamento de serviços como água, energia elétrica, telefone, internet, mensalidade e até consórcio.
Uma das promessas é a criação do Pix Crédito, modalidade muito semelhante ao tão conhecido crediário, em que é possível comprar um item e pagar depois. Isso facilitaria a vida de muita gente e, é claro, do comércio em geral, já que traria garantias de pagamento e recebimento de valores.
Em relação ao DREX, o BC anunciou que a moeda de real digital ainda está em fase de testes, mas que deve ser implantada no ano que vem. Seu diferencial mediante às outras criptomoedas já existentes no mercado seria o seu sistema de produção e o fato de ser atrelado às moedas oficiais, garantindo uma menor oscilação cambial.
Durante a 20ª reunião plenária do Fórum Pix, realizada no início de setembro deste ano, foi debatida a criação de um canal de denúncias para casos de fraude, que seria oferecido pelos próprios aplicativos das instituições financeiras, sendo algo recomendado, num primeiro momento, e posteriormente obrigatório.
Brasil tem destaque no ranking de inclusão financeira
Um estudo feito a pedido da Principal Financial Group e realizado pelo Centro de Pesquisas Econômicas e Empresariais do Reino Unido mostrou que o Brasil saiu do 35º para o 21º lugar no Índice de Inclusão Financeira Mundial. Essa escalada está fortemente associada à implantação de serviços financeiros digitais como o Pix.
Isso porque a ferramenta permite que qualquer pessoa, a qualquer hora do dia, durante toda a semana, possa fazer transferências de dinheiro de modo instantâneo e sem custo para pessoas físicas. Essa revolução facilitou a vida de muitas pessoas, inclusive em lugares mais remotos do país, bastando ter acesso à internet.