Empresas de energia no RJ estão sob ameaça de milicianos; entenda
A Região Metropolitana do Rio de Janeiro, com sua alta incidência de insolação, topografia plana e acesso à rede elétrica, apresenta um cenário promissor para a instalação de fazendas solares. Cidades como Seropédica e Itaguaí se destacam nesse potencial energético.
Além disso, o estado do Rio de Janeiro oferece incentivos fiscais para fontes renováveis de energia, tornando a região ainda mais atrativa para empresas do mercado fotovoltaico. No entanto, um elemento sombrio tem afastado empresas interessadas nessa expansão energética: a presença das milícias. Saiba mais informações!
Empresas de energia são ameaçados pela milícia
Funcionários de empresas do setor compartilham relatos perturbadores sobre a dinâmica das milícias na região. Em condição de anonimato, eles revelam que é praticamente impossível empreender na área sem pagar uma “mensalidade” aos criminosos em troca de “proteção”.
Além disso, as milícias exigem a contratação de serviços de suas próprias empresas ou das indicadas por elas, desde a alimentação até o maquinário para construção.
Os engenheiros e os empresários que ousam desafiar esse sistema são submetidos a intimidações, ameaças e até mesmo atos de violência. Um empregado, sob condição de anonimato, relatou sua experiência ao liderar a implantação de uma fazenda solar em Seropédica.
Desde o início do projeto, eles se depararam com obstáculos e pressões das milícias. Essa realidade choca, especialmente em uma região onde investimentos em energia solar poderiam gerar oportunidades econômicas significativas para a população local.
Surgimento das milícias na região
José Cláudio Souza Alves, doutor em sociologia, aponta que as milícias se estabeleceram na região por volta de 2014 e agora desempenham um papel central na estrutura política das cidades. Elas participam de contratos, licitações e financiamentos de terceirizados, consolidando seu domínio econômico e territorial.
Essa extorsão e coerção são típicas do comportamento das milícias, que usam seu controle territorial para extrair lucros ilegais. A falta de denúncias se deve, em parte, à “lei do silêncio”, que impede testemunhas de reportar atividades ilícitas sob ameaça de represálias.
Em um exemplo dramático, uma empresa que se recusou a pagar a mensalidade teve sua usina solar invadida, resultando em um prejuízo de milhões de reais. O impacto negativo dessas práticas nas oportunidades de desenvolvimento econômico e social na região é evidente.
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Imagem: Reprodução/FreePik