Acarajé é do Rio de Janeiro ou da Bahia? Nova lei gera polêmica
A recente promulgação da Lei 10.157/23, no estado do Rio de Janeiro, que declara a produção e a comercialização do acarajé como patrimônios de valor histórico e cultural, tem gerado debates acalorados nas redes sociais.
Os deputados Renata Souza (PSOL), Dani Monteiro (PSOL) e Átila Nunes (MDB) foram os proponentes dessa medida, que foi sancionada pelo governador Cláudio Castro (PL) e publicada no Diário Oficial em 25 de outubro. Saiba mais informações!
Acarajé é declarado como patrimônio no Rio de Janeiro
O acarajé, uma iguaria típica feita de massa de feijão-fradinho, cebola e sal, frita em azeite de dendê, é um ícone da culinária africana e afro-brasileira, com sua denominação proveniente da língua iorubá, significando “bola de fogo” para “comer”.
Embora tradicionalmente associado à cultura baiana, a lei fluminense não foi bem recebida pelos baianos e tem provocado estranheza entre os moradores do Rio.
A Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares (ABAM) expressou apoio à aprovação da lei em uma declaração no Instagram, enfatizando a presença duradoura do acarajé na paisagem carioca e sua importância para a comunidade negra local.
A ABAM ressaltou a necessidade de preservar a autenticidade e o método de preparo do acarajé, assim como o ofício das baianas de acarajé. No entanto, também destacou a importância de garantir que a Bahia, berço dessa tradição, esteja igualmente envolvida na proteção e valorização dessa iguaria, uma vez que o reconhecimento legal do ofício das baianas de acarajé no estado está pendente desde 2017.
Críticas sobre a decisão
Apesar do apoio de alguns setores, a decisão provocou intensos debates nas mídias sociais, com críticas direcionadas à Alerj por se envolver nessa questão, enquanto questões mais prementes poderiam exigir atenção.
A deputada Renata Souza, defensora do projeto, também enfrentou críticas após uma postagem no antigo perfil do X, mostrando-a saboreando acarajé em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, onde ela defendeu a importância da aprovação do projeto pela Alerj.
O episódio evidencia a importância de se promover uma discussão sensível e inclusiva sobre a preservação da cultura alimentar e dos ofícios tradicionais, garantindo um equilíbrio entre a proteção do patrimônio cultural e as tradições regionais.
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Imagem: Reprodução/Agência Brasil