Belo Horizonte deve ter grande número de vereador mudando de partido para as próximas eleições

A Câmara Municipal de Belo Horizonte está em polvorosa com a iminência da janela de migração partidária. Com a aproximação do período permitido para troca de partido, os vereadores já estão em pleno processo de negociação, visando aumentar suas chances de reeleição.

De acordo com um levantamento realizado por O TEMPO, mais de um terço dos vereadores planeja mudar de legenda, o que representa pelo menos 16 parlamentares entre os 41 existentes.

Movimentação na Câmara Municipal de Belo Horizonte

Entre os dias 7 de março e 5 de abril, esse período de oportunidade no calendário eleitoral confirmará um movimento que já vinha sendo ensaiado nos bastidores: um desalinhamento político evidente. Enquanto alguns parlamentares buscam se juntar a chapas mais competitivas, outros estão se movimentando para alinhar seus interesses políticos às siglas partidárias.

Um exemplo disso é o PSD, onde apenas dois dos cinco vereadores do partido estão cogitando a reeleição pela mesma legenda. Ramon Bibiano, Fernando Luiz e Cláudio do Mundo Novo provavelmente terão que buscar outro partido, já que não seguiram a orientação política do grupo, que está alinhado ao prefeito Fuad Noman.

Ramon e Fernando Luiz fazem parte do grupo de Gabriel Azevedo, presidente da Câmara, que é opositor ao prefeito. Já Cláudio do Mundo Novo está ligado ao grupo político do deputado federal Eros Biondini e faz parte da “Família Aro”, composta por vereadores alinhados ao secretário de Estado de Casa Civil, Marcelo Aro.

Essa mesma situação se repete em outros partidos. Por exemplo, Cleiton Xavier foi convidado a se retirar do PMN devido à sua ligação com Gabriel, que está em conflito com o secretário Aro. No MDB, Reinaldo Gomes não é mais considerado parte do jogo político, após um rompimento no diálogo entre as partes. Na Rede, Gilson Guimarães já admitiu que não deve permanecer.

Além disso, há um movimento de busca por chapas menos concorridas, especialmente entre partidos como PT, PV e PCdoB. A federação formada por esses partidos teme a divisão de votos, o que poderia deixar lideranças bem votadas de fora da Câmara.

Essas mudanças e especulações não se limitam apenas aos partidos já estabelecidos. Figuras políticas antigas, como ex-vereadores, também estão planejando um retorno à Câmara Municipal, como é o caso de Wagner Messias Silva, o Preto, e do ex-vereador Pedrão do Depósito, que devem se candidatar pelo União Brasil.

Imagem: Divulgação/Prefeitura de BH