Centro de Belo Horizonte registra queda drástica de residentes nos últimos anos
Nos últimos anos, o centro de Belo Horizonte tem testemunhado uma mudança significativa em sua população. De acordo com dados do Censo Demográfico de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve uma redução de 10,2% no número de residentes na região central da cidade. Este fenômeno levanta questionamentos sobre as causas dessa diminuição, bem como as possíveis soluções para revitalizar essa área urbana.
Em 2010, residiam na região central de Belo Horizonte 16.245 pessoas, número que caiu para 14.589 em 2022. Este declínio populacional coloca o centro da cidade na 35ª posição entre os bairros mais populosos, enquanto o Buritis, na região Oeste, lidera com 42.342 habitantes. Em contraste, os bairros Baleia e São Damião, em regiões periféricas, compartilham a última posição, com apenas cinco moradores cada.
Quais fatores contribuem para a redução populacional?
Várias razões são apresentadas para explicar a diminuição no número de moradores no centro de Belo Horizonte. Segundo especialistas, como a urbanista Branca Macahubas, três fatores principais se destacam: a baixa produção habitacional, a falta de conservação urbana e o aumento da insegurança. Além disso, o aumento dos preços de imóveis e alugueis contribui para essa situação.
De acordo com Macahubas, a escassez de novas habitações aliada aos altos preços e à insegurança tornam a região central menos atrativa para novos moradores. A falta de manutenção e os altos custos de vida no centro são aspectos que reduzem o interesse das pessoas em se estabelecer nesta parte da cidade, apesar de sua infraestrutura disponível.
Em resposta à tendência de declínio populacional, a Prefeitura de Belo Horizonte lançou o programa “Centro de Todo Mundo” em 2023. Esta iniciativa visa a revitalização da área central, tornando-a mais atraente e funcional para residentes e visitantes. A estratégia inclui projetos de infraestrutura, melhorias na segurança e limpeza, além de incentivos para o desenvolvimento habitacional.
A revitalização urbana não apenas tem o potencial de aumentar a população residente no centro, mas também de fortalecer a economia local. A urbanista Branca Macahubas aponta que uma infra-estrutura já estabelecida na região central está subutilizada, e a adaptação de edificações existentes para novas moradias pode otimizar o uso desses recursos. As melhorias são vistas como parte de uma tendência global de reocupação dos centros urbanos, impulsionada por suas conveniências e facilidades.
Além disso, iniciativas como a Lei do Retrofit buscam facilitar a adaptação de edifícios comerciais obsoletos em residências modernas, promovendo um uso mais eficiente do espaço urbano e incentivando a moradia em áreas centrais. Essa abordagem pode ajudar a equilibrar os custos habitacionais e oferecer alternativas residenciais acessíveis.