Famosa faculdade de MG pode ter greve nos primeiros meses do ano

Os servidores técnicos-administrativos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) estão considerando a possibilidade de realizar uma greve no primeiro semestre de 2024, caso o governo federal não apresente uma nova proposta de reajuste para os servidores federais. A insatisfação decorre da informação de que a recomposição salarial está prevista apenas para 2025 e 2026.

O Fórum Nacional Permanente das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) recentemente apresentou uma contraproposta ao governo, acompanhada por uma paralisação de 24 horas entre os servidores federais como forma de pressão.

Descontentamento e Possibilidade de Greve: Recomposição Salarial e Investimentos

O anúncio, por parte do governo federal, de uma recomposição salarial de 9% dividida em duas parcelas, a ser realizada em maio de 2025 e 2026, gerou descontentamento. Além disso, para o ano em curso, estava previsto um reajuste de 51% nos benefícios do auxílio-alimentação, saúde complementar e assistência pré-escolar, a ser aplicado a partir de maio.

Os servidores solicitam um reajuste de 19,03%, distribuído em três parcelas: 9% em maio de 2024, 7,5% em maio de 2025 e 7,5% em maio de 2026. O Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino (Sindifes) aprovou um estado de greve em 21 de dezembro, indicando uma mobilização sem paralisação imediata.

O Fonacate enviou sua contraproposta ao governo na última quarta-feira, propondo alterações nos planos de recomposição salarial. O diálogo é considerado crucial, mas os sindicatos não descartam a possibilidade de greve, afetando não apenas as universidades, mas todos os servidores federais.

A falta de recomposição salarial em 2024 e os possíveis cortes nas verbas destinadas às universidades federais no Projeto da Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024 geraram indignação na UFMG, que possui mais de 7,2 mil servidores.

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) expressou repúdio após a aprovação do PLOA, alertando que as universidades receberão cerca de R$ 310,3 milhões a menos em 2024.

A redução nas verbas pode impactar obras, manutenção de equipamentos e a distribuição de bolsas na pós-graduação, além de prejudicar pesquisas acadêmicas. A UFMG, reconhecida internacionalmente em rankings, destaca-se em pesquisa e já contribuiu para o desenvolvimento de vacinas, mas os cortes nas verbas afetam bolsas de pesquisa, que não são reajustadas há mais de 10 anos.

Imagem: Reprodução/UFMG