Fenômeno faz Belo Horizonte ter menos chuva do que o esperado

Belo Horizonte e a Região Metropolitana enfrentaram uma escassez de chuvas em 2023, apresentando volumes abaixo do esperado em oito dos 12 meses do ano, de acordo com a meteorologista Anete Fernandes do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

O mês de dezembro, geralmente caracterizado por chuvas intensas, registrou apenas 158,3 milímetros de precipitação, em contraste com a média “normal” de 339,1 milímetros, resultando em um déficit de 180,8 milímetros. A análise pluviométrica anual, realizada na estação convencional do Santo Agostinho, na Região Centro-Sul da capital mineira, serviu como referência para cada mês.

Impacto da Escassez de Chuvas em Belo Horizonte e Região Metropolitana em 2023

Anete explicou que os valores negativos de maio a setembro não são significativos devido ao período seco, mas chamou a atenção para os valores negativos em novembro e dezembro, indicando atraso na estação chuvosa. O fenômeno El Niño contribuiu para essa escassez, causando uma primavera seca e muito quente, resultando em chuvas irregulares e temperaturas elevadas.

Em 2023, sinais evidentes das consequências do aquecimento global surgiram, como recordes no acúmulo de dióxido de carbono, uma sequência prolongada de recordes diários de calor, oceanos com temperaturas sem precedentes e julho sendo o mês mais quente já registrado no planeta.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou sobre uma “era de fervura global” e uma emergência climática, enfatizando as mudanças climáticas globais.

Em relação ao clima em Belo Horizonte, Anete explicou a presença de duas estações bem definidas: seca (outono-inverno) e chuvosa (primavera-verão). O fenômeno La Niña influenciou o clima no início de 2023, contribuindo para um primeiro bimestre mais chuvoso. No entanto, um falso indício do período chuvoso entre outubro e novembro foi interrompido por uma onda de calor, estabelecendo características da estação seca até meados de dezembro.

A tabela revela as discrepâncias entre as chuvas normais, observadas em 2023, e os valores anormais, destacando a magnitude do déficit pluviométrico ao longo do ano.

Imagem: Divulgação/Prefeitura de BH