IBGE volta a usar o termo Favela em censos e pesquisas
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) optará por utilizar a denominação “favelas e comunidades urbanas” nos censos, substituindo o termo “aglomerados subnormais” que era historicamente utilizado pelo órgão desde 1950.
O IBGE destaca que o uso do termo favela, originalmente do Rio de Janeiro, apresentou desafios na identificação, mapeamento e classificação das favelas, especialmente fora do Rio de Janeiro, onde o conceito era pouco conhecido. O Censo de 1950 indicou que 7,2% da população do então Distrito Federal, Rio de Janeiro, residia em favelas naquele ano.
IBGE Adota “Favelas e Comunidades Urbanas” nos Censos em Substituição a “Aglomerados Subnormais”
A ONU-Habitat de 2022 estima que cerca de 1 bilhão de pessoas vivem em favelas e assentamentos informais globalmente. O IBGE sugere que essa projeção pode ser subestimada devido às dificuldades na coleta de dados e à dinâmica de formação e dispersão desses territórios.
Antes de decidir pela mudança para o termo “favelas”, o IBGE realizou discussões abrangentes com movimentos sociais, acadêmicos e órgãos governamentais. A mudança não alterou os critérios de identificação e mapeamento das áreas, e o Censo 2022 seguirá baseando-se nos critérios estabelecidos.
A decisão de adotar “favelas e comunidades urbanas” foi resultado de estudos técnicos e consultas a diversos segmentos sociais, visando garantir uma abordagem alinhada com os direitos constitucionais fundamentais da população à cidade, segundo o coordenador de Geografia do IBGE.
O IBGE esclarece que, na perspectiva das estatísticas globais, a identificação e classificação de favelas e comunidades urbanas levam em consideração objetivos como os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio de 2000. O Censo 2022 será divulgado no segundo semestre com base nos critérios estabelecidos para identificação e coleta.
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