Insegurança faz o Rio de Janeiro perder R$ 3,3 bilhões em 2023

Um levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio, a pedido da revista VEJA, revelou que a sensação de segurança no Rio de Janeiro resultou em uma perda de 3,3 bilhões de reais em receitas turísticas no ano de 2023.

Apesar de ser um cenário frequentemente retratado em filmes internacionais e ser considerado um ícone da imagem do Brasil e da América Latina, o Rio ocupa apenas o 8º lugar como destino na América do Sul, atrás de Cusco (Peru), Cartagena, São Paulo e até mesmo Quito, no Equador, conforme indicado por um ranking da revista americana Travel+Leisure.

O economista Fabio Bentes, coordenador da pesquisa, explicou à Veja que a principal razão para afastar os turistas é a divulgação global de imagens relacionadas a crimes violentos seguidos de morte, situando o estado em um patamar alarmante de incidência desses eventos.

Desafios e Estratégias para Restaurar a Imagem Turística do Rio de Janeiro

A revista destaca o exemplo positivo da cidade de Nova York nos anos 1990, quando uma eficiente iniciativa de combate a roubos e furtos na Broadway e outras áreas turísticas resultou na significativa redução dos índices de criminalidade. O reforço policial nas regiões com maior incidência de ocorrências, aliado ao uso de tecnologia para monitorar a posição dos agentes e evitar pontos desguarnecidos, foi crucial. O programa “Tolerância Zero”, que nomeou essa investida contra a criminalidade, também foi implacável na punição de delitos considerados menores.

Atualmente, o Rio de Janeiro busca implementar medidas semelhantes para combater essa ameaça que gera prejuízos em diversas dimensões. O novo secretário de Segurança, Victor Cesar dos Santos, revelou à VEJA que, desde o réveillon, foram ampliados os recursos tecnológicos, incluindo câmeras corporais nos policiais e sistemas de leitura facial e de placas de carros.

No entanto, é importante ressaltar que tais iniciativas enfrentam resistência do Poder Judiciário no Rio, como evidenciado por uma liminar inicial, posteriormente cassada, que restringiu as ações da Polícia Militar na Operação Verão. Atualmente, a Procuradoria Geral da República recorre contra a cassação no STF, enquanto o jornalista Bernardo Melo Franco, do O Globo, expressa apoio à liminar.

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