Lula “ignorou” MG durante 2023; entenda

Minas Gerais, com seus 16,2 milhões de eleitores, desempenhou um papel decisivo na eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. Durante o segundo turno, a diferença entre Lula e Jair Bolsonaro no estado foi notável, com 50,20% para o petista e 49,80% para o concorrente.

Apesar da vitória, o primeiro ano do terceiro mandato de Lula não viu visitas a Minas Gerais, gerando descontentamento entre os governistas locais. A ausência do presidente aumentou as expectativas para o próximo ano, especialmente devido à eleição municipal, direcionando o foco para a política local.

Desafios e Expectativas: A Relação de Lula com Minas Gerais pós-Eleição de 2022

Ao longo do ano, Lula realizou 15 viagens internacionais, cobrindo 24 países em quatro continentes, exceto pela Oceania. Sua intensa atividade internacional foi interrompida apenas por uma cirurgia no quadril no final de setembro. Após a recuperação, Lula visitou nações do Golfo Pérsico e a Alemanha.

No entanto, a visita planejada a Minas Gerais em 27 de setembro foi cancelada por motivos de saúde, sem remarcação para outubro. A ausência física do presidente e a falta de engajamento nas redes sociais têm gerado descontentamento entre os apoiadores, não apenas em Minas Gerais, mas também em estados do Nordeste.

A falta de proximidade também é percebida na crescente relação entre Lula e Rodrigo Pacheco, presidente do Senado pelo PSD de Minas Gerais. Membros do PT no estado expressam descontentamento pela preferência dada a Pacheco em detrimento de quem apoiou Lula desde o início.

Nesse sentido, há preocupação entre os petistas de que o isolamento em 2023 possa ter motivações eleitorais para 2026, possivelmente relacionado a uma aliança do PT com Pacheco para o governo de Minas Gerais, excluindo um candidato próprio, algo que ocorreu apenas duas vezes desde a redemocratização.

Recentemente, Pacheco se destacou no debate político mineiro ao propor alternativas para o pagamento da dívida do estado com a União. A aproximação entre Pacheco e Lula ocorre em um momento em que o PT busca se reerguer no estado após a gestão de Fernando Pimentel.

Imagem: Reprodução/Reuters