Minas Gerais é o estado que mais emprega presos no Brasil
Na última terça-feira (16), em cerimônia realizada em Brasília, Minas Gerais destacou-se por ter o maior número de empresas premiadas no 5º Ciclo de Concessão do Selo Nacional de Responsabilidade Social pelo Trabalho no Sistema Penal, conhecido como Selo Resgata. Um total de 233 instituições mineiras foram reconhecidas por incorporar práticas que facilitam a reinserção de pessoas privadas de liberdade no mercado de trabalho.
Este número representa quase 60% do total de empresas inscritas e aprovadas em todo o Brasil, segundo dados da Secretaria Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Essa iniciativa evidencia o compromisso de Minas Gerais com a reintegração social e a transformação de vidas através do trabalho.
O que faz Minas Gerais liderar em responsabilidade social no sistema penal?
Minas Gerais não só lidera em quantidade de empresas premiadas, mas também na implementação de políticas práticas de trabalho e ressocialização. Atualmente, o estado possui 17.577 presos engajados em atividades laborais e mantém parcerias com 554 empresas e instituições, que variam entre o setor público e privado.
O diretor-geral do Departamento Penitenciário de Minas Gerais, Leonardo Badaró, enfatiza a importância dessa prática: “Oportunizar trabalho e capacitação para as pessoas que estão sob a nossa custódia é garantir que estamos construindo um estado mais seguro para todos. Elas sairão das nossas unidades em busca de oportunidades e não da criminalidade”, destaca o diretor-geral do Departamento Penitenciário de Minas Gerais”.
Como a sociedade percebe as mudanças promovidas pelo Selo Resgata?
A percepção social sobre a inclusão de detentos no mercado de trabalho está evoluindo, conforme observações do diretor de Trabalho e Produção do sistema prisional de Minas, Paulo Duarte. “É preciso quebrar o estigma de que preso é improdutivo. Temos mais de 500 parceiros de trabalho dentro do nosso sistema prisional. São empresários que entenderam a viabilidade do negócio, apostaram e não se arrependem. Quando o preso conquista uma oportunidade, ele dá o seu melhor para sair da cela e ser produtivo”.
Além do impacto social, há benefícios econômicos significativos: somente nos primeiros três meses de 2024, a reintegração de presos ao trabalho rendeu mais de R$1,5 milhão ao estado de Minas Gerais. Este valor é uma parte dos salários pagos aos presos que é revertida como forma de indenização ao estado, fortalecendo ainda mais o ciclo de benefícios mútuos entre sociedade e sistema penal.
Perspectivas futuras para o Selo Resgata em Minas Gerais
Diante do sucesso e dos resultados positivos alcançados, Minas Gerais planeja expandir ainda mais as iniciativas de trabalho e ressocialização. A meta é aumentar o número de parcerias e continuar quebrando barreiras para a plena reintegração dos indivíduos ao saírem do sistema prisional, fomentando um modelo que pode servir de exemplo para outras regiões do Brasil e do mundo.