Número de livrarias fechadas no RJ nos últimos anos é surpreendente; confira
O fechamento recente da Livraria Galileu, no Largo do Machado, no mês passado, soma-se a uma série de encerramentos de lojas do setor no Rio de Janeiro nos últimos anos, revelando uma tendência alarmante.
Segundo dados da Associação Estadual de Livrarias do Rio de Janeiro (AEL-RJ), entre 2017 e 2023, 86 livrarias desapareceram da cena carioca, distribuídas em diversas regiões: 22 no Centro, 23 na Zona Norte, 18 na Zona Oeste e 23 na Zona Sul.
No mesmo período, foram inauguradas 26 novas lojas, a maioria em áreas mais distantes do Centro, em uma tentativa de combater a crise, conforme sugerem especialistas. A descentralização e a diversificação do negócio, com foco nas livrarias de bairro, têm sido apontadas como estratégias eficazes para superar as adversidades. Saiba mais!
Desafios e transformações: o declínio das livrarias no Rio de Janeiro e as estratégias de sobrevivência no setor
Os números revelam um saldo negativo para o Rio, com 60 livrarias a menos e uma queda de 30% no mercado de lojas físicas em seis anos. Atualmente, a cidade conta com 144 estabelecimentos em funcionamento e a média é de 10 livrarias fechadas por ano desde 2017. Em todo o estado, o total é de 252 lojas de livros.
O fechamento expressivo de livrarias na cidade é atribuído à crise enfrentada por grandes redes, como Saraiva e Fnac, que tiveram dez lojas encerradas no Rio nos últimos anos. Marcas tradicionais, como Galileu, Cultura, Travessa e Nobel, também fecharam suas portas.
O presidente da AEL, Borgópio D’Oliveira, aponta a gestão como o cerne do problema, enfatizando a necessidade de atualização dos métodos de gerenciamento diante das mudanças no comportamento dos consumidores.
O cenário atual destaca o predomínio das livrarias de bairro, que têm ganhado força como uma alternativa viável. Marcus Teles, presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL), sugere que a crise econômica de 2016 e 2017, seguida pela pandemia, foi determinante para o fechamento das mega livrarias, resultando em uma descentralização do mercado.
Ele destaca o crescimento das livrarias especializadas, como as voltadas para o público infanto-juvenil e as dedicadas a temas diversos, como diversidade e religião.
Imagem: Reprodução/G1