Tarifa de ônibus vai ficar mais cara em 2025 em São Paulo

A partir de 6 de janeiro de 2025, a tarifa de ônibus em São Paulo será reajustada para R$ 5, representando um aumento de 13,6%. O transporte público de São Paulo enfrenta constantes desafios devido à necessidade de equilibrar a qualidade do serviço com a sustentabilidade financeira. Desde 2020, a tarifa dos ônibus municipais está congelada em R$ 4,40, uma decisão que impacta as finanças da cidade e reflete nas contas públicas. Com uma inflação acumulada de aproximadamente 32% desde então, a discussão sobre um eventual reajuste tarifário ganha força nas esferas municipais.

Em 2024, as autoridades locais, lideradas pelo prefeito Ricardo Nunes, debateram um possível aumento tarifário durante uma reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT). Este ajuste poderia elevar o valor para cerca de R$ 5,20, aumentando em 18,2% o custo para os usuários. Embora o aumento proposto não cubra totalmente a inflação acumulada, ele busca manter o equilíbrio entre a necessidade de subsídios e a viabilidade do sistema.

Qual o impacto do congelamento tarifário no orçamento público?

Congelar a tarifa de transporte público tem um custo significativo para o município de São Paulo. No ano de 2024, o custo total do sistema foi de R$ 11,4 bilhões, enquanto a receita gerada foi de R$ 11,3 bilhões. Essa diferença foi majoritariamente compensada por subsídios, que totalizaram R$ 6,7 bilhões. O desafio de gerenciar uma diferença tão grande entre custo e receita é um dilema contínuo para a administração da cidade.

A SPTrans aponta que a cada R$ 0,10 aumentados na tarifa, a receita incrementaria em R$ 106 milhões anualmente. Este dado sugere que mesmo pequenas mudanças podem ter um impacto significativo no orçamento, aliviando potencialmente a necessidade de subsídios governamentais tão elevados.

Embora o congelamento da tarifa tenha sido uma medida popular, especialmente em anos eleitorais como 2023, ele vem com suas limitações. O esquema de tarifa congelada preserva a gratuidade para certos grupos e mantém a integração entre diferentes ônibus dentro de um intervalo de três horas. Esta política busca garantir acessibilidade para a população em geral, porém, ao mesmo tempo, coloca uma pressão crescente sobre os cofres públicos.

A parceria histórica entre a cidade e o estado, que visa igualar as tarifas municipais e estaduais, foi quebrada recentemente. Enquanto a cidade manteve as tarifas congeladas, o governo estadual, sob Tarcísio de Freitas, elevou o valor para R$ 5,00 nos modais estaduais.

Quem é o novo líder à frente do transporte em São Paulo?

Celso Jorge Caldeira foi nomeado como o novo secretário de Transportes da cidade. Com formação em Ciências Econômicas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e extensa experiência em gestão pública, ele chega para enfrentar este desafio. Sua trajetória inclui atuar na Coordenadoria de Transporte Coletivo na Secretaria dos Transportes Metropolitanos, onde coordenou políticas para sistemas metroferroviário e de ônibus.

Caldeira traz um histórico robusto em concessões públicas, fiscalização e monitoramento de contratos, buscando eficiência na gestão e melhoria nos serviços prestados. Este conhecimento será crucial na tarefa de equilibrar a acessibilidade com a sustentabilidade financeira do transporte público na maior cidade do Brasil.

No cenário futuro, caberá à liderança de Caldeira garantir que o transporte coletivo continue a servir a população de maneira eficaz, equacionando a balança entre custo, investimento e qualidade do serviço ofertado aos cidadãos paulistanos.