Escrivão denuncia atendimento precário em delegacia das mulheres de BH

Um escrivão da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) denunciou uma situação de precariedade e omissão nos atendimentos da Delegacia de Plantão Especializada em Atendimento à Mulher, localizada em Belo Horizonte.

Segundo o relato, alguns servidores se recusam a atender mulheres vítimas de violência durante os plantões, o que resulta em longas esperas e até mesmo em casos em que as vítimas saem da delegacia sem registrar o crime. Saiba mais informações!

Escrivão alega dificuldade de mulheres para denunciarem crimes

O escrivão, que preferiu manter o anonimato por receio de retaliações, ressaltou que essa demora é atribuída à omissão de certos servidores que ocupam cargos e se negam a atender as vítimas.

Durante um plantão de 12 horas, a delegacia conta com uma equipe composta por dois escrivães e até seis investigadores. Os escrivães são responsáveis por atender as mulheres que chegam à unidade acompanhadas pela Polícia Militar, enquanto os investigadores atendem aquelas que chegam sozinhas.

O problema reside principalmente nos atendimentos feitos pelos escrivães, que são cruciais para registrar as denúncias das vítimas, dos policiais e das testemunhas. Dessa forma, as vítimas que chegam acompanhadas da polícia têm suas denúncias priorizadas, o que resulta em um volume maior de atendimentos nessa categoria.

A denúncia destaca a necessidade de uma abordagem mais especializada para o atendimento de vítimas de violência de gênero. O escrivão enfatiza que a delegacia das mulheres merece atenção especial, e todos os policiais que atuam nesse âmbito precisam ser capacitados adequadamente para realizar esses atendimentos.

Posicionamento da Polícia Civil

Em resposta à denúncia, a Polícia Civil de Minas Gerais emitiu uma nota afirmando que não tem conhecimento de recusas em atender vítimas de violência de gênero por parte dos servidores da Delegacia de Plantão de Mulheres (Depam).

A instituição enfatizou que tem trabalhado continuamente para aprimorar o acolhimento das mulheres vítimas de violência doméstica, tanto na Delegacia de Plantão de Mulheres quanto em todas as suas unidades, buscando oferecer um ambiente seguro e acolhedor para essas vítimas em situações delicadas.

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Imagem: drobotdean/Freepik