Minas Gerais não teve dinheiro destinado para prevenção de desastres naturais
Apesar de Minas Gerais ser um estado frequentemente assolado por desastres naturais como enchentes e secas, curiosamente, não foram alocados recursos em emendas parlamentares para a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) para o ano corrente. Esse órgão é essencial na linha de frente no combate e monitoramento desses eventos adversos. Surpreendentemente, nem as mudanças climáticas foram objeto de emendas pelos deputados, mesmo com várias cidades em estado de anormalidade devido às chuvas.
Prioridades das emendas parlamentares em Minas Gerais
Notavelmente, as prioridades refletidas em emendas parlamentares parecem desalinhadas com as necessidades urgentes do estado. Por exemplo, enquanto a Cedec não recebe um centavo, as forças de segurança receberam propostas que rondam os R$ 9,4 milhões para armamentos. A discrepância das alocações de recursos revela um foco maior em segurança do que nas prementes questões ambientais e de defesa civil.
O advogado especializado em engenharia e direito ambiental, Alessandro Azzoni, aponta que o envio de emendas para mudanças climáticas e combate a desastres naturais é complicado pela falta de projetos prontos nestas áreas. Esta situação burocrática acaba por direcionar os recursos predominantemente para saúde, educação e segurança, onde os projetos são mais frequentes e a aplicação dos recursos é mais direta.
Azzoni ainda destaca a importância das ações municipais no combate a desastres. Iniciativas locais, como jardins de chuva e piscinões, podem ser essenciais na gestão de recursos hídricos e prevenção de enchentes, sugerindo uma maior autonomia e responsabilidade dos governos locais na gestão ambiental.
Em contraponto à apatia estadual, a Câmara Municipal de Belo Horizonte parece tomar caminhos mais proativos. A vereadora Iza Lourença, por exemplo, destinou recursos para a implementação de refúgios climáticos e para o evento Virada Climática. Essas iniciativas destacam a capacidade de ação local e o potencial impacto positivo dessas ações na conscientização e mitigação dos problemas climáticos na capital mineira.