Paleotoca: saiba o que é o local sob proteção da Justiça em Minas Gerais
A Justiça mineira concedeu proteção a uma “toca” com 340 metros de comprimento, que é habitada por preguiças gigantes há mais de dez mil anos.
Essa estrutura, conhecida como paleotoca, está localizada nos limites do Distrito Espeleológico Serra do Gandarela, em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Entenda!
Local é protegido por Justiça
Em princípio, nenhuma cavidade natural deveria ser danificada, pois elas preservam parte da história (e pré-história) do local. Um decreto assinado em janeiro de 2022 estabelece a proteção de cavidades subterrâneas em todo o país.
No entanto, o Ministério Público considerou que a paleotoca de 340 metros requer uma proteção adicional, uma vez que é considerada a maior de Minas Gerais.
Por essa razão, o órgão ingressou com uma ação para impedir qualquer ação da mineradora Vale, do governo estadual ou da prefeitura que possa prejudicar a área. A Justiça acatou o pedido e determinou a proteção imediata do local.
O que são as paleotocas?
Apesar do nome complexo, as paleotocas são simplesmente cavidades pré-históricas escavadas em rochas por animais já extintos. Elas apresentam arranhões e marcas de chifres em suas paredes.
Durante estudos espeleológicos em agosto de 2010, foram identificadas 69 cavidades na Serra do Gandarela que poderiam ser paleotocas. No entanto, apenas essa de 340 metros mostrou sinais de megafauna, como a preguiça gigante de dois dedos, que chegava a medir seis metros de comprimento.
“Alguns pesquisadores interpretam essas marcas como garras deixadas pelas preguiças que ocupavam e arranhavam o local. Outros sugerem que podem ser marcas de chifres de cervídeos machos que arranhavam as paredes com a cabeça”, explicou Cástor Cartelle, pesquisador do Museu de Ciências Naturais da PUC Minas.
Cada uma dessas paleotocas tem um tamanho específico, de acordo com o animal. Algumas preguiças gigantes chegavam a ter até seis metros de comprimento, o que resultava em cavidades maiores em comparação com outras.
Em comunicado, a Vale informou que ainda não foi notificada pela Justiça, mas que está em conformidade com a legislação e que suas atividades na região são regulamentadas com o “respaldo dos órgãos competentes”.
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Imagem: Reprodução/G1