Imagine ter que desembolsar R$ 26,22 em pedágios ao percorrer uma distância de aproximadamente 80 km. Essa é a proposta inicial do governo de Minas para a duplicação da BR-356, entre Nova Lima e Ouro Preto.
Entre autoridades, comerciantes e moradores das cidades cortadas pela rodovia, a proposta tem gerado polêmica. A estrada é utilizada diariamente por aqueles que precisam acessar serviços básicos, como saúde, alimentação e lazer. Saiba mais informações!
Novo valor de pedágio desagrada mineiros
De acordo com o Programa de Concessões Rodoviárias do governo de Minas, o valor será cobrado dos motoristas em duas praças de pedágio que serão instaladas na BR-356, que é administrada pelo governo de Minas. O primeiro pedágio, localizado em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, custará R$ 14,51. O segundo será montado em Ouro Preto, na região Central, e terá um valor de R$ 11,71.
A audiência pública relacionada à concessão já foi realizada e a previsão é de que o leilão ocorra até dezembro deste ano. Essa situação tem preocupado os moradores de Itabirito, Ouro Preto e Mariana, que temem ter que gastar mais de R$ 50 em pedágios para ir até a capital mineira.
“A cidade está próxima de Belo Horizonte, e todos nós precisamos ir até lá. Imaginem se, todas as vezes que formos, for necessário pagar essa taxa? É uma vergonha, considerando a quantidade de impostos que pagamos, sermos cobrados ainda mais para ter direito a uma estrada adequada”, reclama Washington Andrade, um mecânico de 32 anos e morador de Itabirito.
Lucas Gomes, um vendedor de 22 anos, destaca que o trecho entre Itabirito e Ouro Preto é uma rota frequentada por muitos estudantes. “Tenho amigos em Ouro Preto e vou ao médico em Belo Horizonte, imaginem pagar pedágio todos os dias? Nós utilizamos muito essa estrada, e certamente haverá um aumento na tarifa devido ao pedágio”, pontua.
Conflito político
Em média, mais de 10 mil veículos trafegam diariamente pela BR-356 e uma grande parte desses veículos são caminhões que transportam minério, produto de uma atividade econômica importante para a região. Para o prefeito de Itabirito, Orlando Caldeira (Cidadania), a duplicação da rodovia é considerada “necessária e aguardada”. Contudo, o político tece críticas à cobrança de pedágio antes do início das obras de melhoria.
Caldeira acredita que a solução pode estar no acordo de repactuação relacionado à tragédia de Mariana, que poderia destinar parte dos recursos para financiar a duplicação.
“Questionamos a Assembleia Legislativa de Minas Gerais sobre isso. Toda a região dos Inconfidentes sofreu com o rompimento. Os deputados devem tentar incluir a rodovia como uma forma de compensação pelos danos que sofremos”, afirma o prefeito.
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Imagem: Reprodução/FreePik
