Barragem em Minas Gerais possui trinca gigantes e preocupa população local

Novas trincas apareceram na barragem Córrego do Sítio II (CDS II), localizada no município de Santa Bárbara, na região central do estado de Minas Gerais.

De acordo com as informações da Defesa Civil do município, uma das rachaduras na estrutura tem mais de 300 metros de comprimento e aproximadamente dois centímetros de largura. Saiba mais informações!

Moradores estão preocupados

Segundo Roseni Aparecida Ambrosio, moradora do município, o posicionamento da Anglogold Ashanti em relação ao surgimento de novas fissuras na barragem é “dissimulada e enganosa”.

Roseni, que é integrante do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), critica que a mineradora desconhece os riscos e não garante às famílias da região condições mínimas de segurança e dignidade.

“A Anglogold retira nosso ouro, lucra milhões, não garante condições dignas para os trabalhadores e degrada a vida das comunidades, essa é a postura da empresa, destruir para lucrar, enganar para não reparar”, disse Roseni.

Em uma nota, publicada no dia 2 de junho, a empresa alegou que a barragem está “segura e estável”. Além disso, a empresa também afirma que “as trincas continuam sendo monitoradas constantemente”. A Agência Nacional de Mineração (ANM) inspecionou a estrutura da CDS II nos dias 23 e 25 de maio.

Histórico da barragem

Os problemas para os moradores da região não começaram com o surgimento das últimas trincas. Nos últimos anos, as sirenes da barragem dispararam quatro vezes por engano. As razões incluem a erosão de partes da estrutura.

“Em menos de 2 anos tivemos 4 acionamentos de sirenes de maneira equivocada, diversos despejos de metais pesados no rio, quase tombamento da pilha de rejeitos à seco, descarrilamento da pilha de estéril e nenhuma medida de reparação foi realizada para as comunidades”, relembra Roseni.

Em outubro do ano passado, a estrutura, que contém um volume de rejeitos semelhante ao da Barragem da Vale, que estourou em 2019 em Brumadinho, foi classificada como nível de alerta 1 após o surgimento de uma rachadura de 12 cm de largura e 60 m de comprimento.

A moradora de Santa Bárbara acredita que a postura da Anglogold deveria ser diferente, com mais transparência e agilidade no tratamento dos danos causados ​​às famílias pela atuação da mineradora na região.

“Queremos transparência e comunicação de confiança com maior rapidez por parte da empresa. Garantia das indenizações e reparação integral pelos constantes impactos causados pela barragem e demais estruturas da mineradora, além do descomissionamento célere da estrutura e desassoreamento do Rio Conceição”, destacou Roseni.

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Imagem: Reprodução/G1