Bairros do Rio de Janeiro possuem o ar sete vezes mais sujo do que a Floresta da Tijuca
De acordo com um estudo de pesquisadores da UVA (Universidade Veiga de Almeida) e da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o ar de bairros do Rio de Janeiro são mais sujos do que aquele encontrado na Floresta da Tijuca.
O levantamento mostra que apostar na conservação e restauração da vegetação pode ser uma das soluções para melhorar a qualidade do ar nos centros urbanos brasileiros. Vale lembrar que o parque contém parte da Mata Atlântica carioca.
Entenda mais sobre a pesquisa.
Amostras para medição foram coletadas em quatro locais da capital para analisar a qualidade do ar no Rio
O estudo coletou amostras em duas áreas verdes e duas áreas urbanas: Parque Nacional da Tijuca, Parque Estadual do Grajaú, bairros da Tijuca e Del Castilho, na Zona Norte do Rio. A ideia do grupo de pesquisadores foi medir a quantidade de hidrocarbonetos precursores do ozônio.
A distância da Floresta da Tijuca para o bairro Del Castilho é de apenas 5 quilômetros e a diferença de hidrocarbonetos foi de até sete vezes. Já o ar encontrado na Praça Saens Peña, no bairro da Tijuca, a menos de 1 quilômetro da floresta, possuía 2,5 vezes menos hidrocarbonetos do que Del Castilho.
O último caso mostra que, mesmo em áreas já modificadas, a preservação da vegetação pode ajudar. Graciela Arbilla, pesquisadora da UFRJ, afirma que “a Saenz Peña fica a poucos metros da floresta [que] está atuando como uma barreira. E, na Tijuca, os ventos vêm do sul, então passam primeiro pela floresta.”
“As medições que fizemos em comparação com outras áreas urbanas da cidade nos provaram que a densidade de cobertura vegetal de Mata Atlântica no Parque Nacional da Tijuca funciona como uma barreira contra a poluição atmosférica”, explica o professor Cleyton Martins, coordenador da pesquisa.
“Observamos que a Floresta da Tijuca, bem como toda a Mata Atlântica, desempenha um papel fundamental na mitigação dos poluentes atmosféricos, sobretudo em grandes cidades como o Rio de Janeiro”, conclui o professor.
Imagem: Reprodução/Agência Brasil