Alto da Boa Vista: Conheça o popular bairro de mansões no Rio de Janeiro

O tradicional bairro do Alto da Boa Vista, situado entre as exuberantes paisagens da Floresta da Tijuca, tornou-se o epicentro de debates acalorados na reta final da revisão do Plano Diretor, agendada para votação na Câmara do Rio de Janeiro em 12 de dezembro.

A comissão especial encarregada do projeto concorda em modificar as normas para licenciar novos empreendimentos na Estrada de Furnas e em ruas circundantes, buscando adensar e alterar o perfil de ocupação. Saiba mais informações!

Mudanças no bairro Alto da Boa Vista

Atualmente, vigora na região uma regulamentação estabelecida nos anos 1970, que permite a construção apenas de residências com até dois andares a cada 10 mil metros quadrados. Essa restrição impulsionou a edificação de mansões, muitas das quais foram convertidas em espaços para eventos.

A proposta da comissão, sujeita a votação, sugere a possibilidade de construir unidades residenciais e comerciais em lotes menores, como 180 metros quadrados, em determinadas áreas do bairro. Isso abriria espaço para o surgimento de vilas com até 55 unidades, mantendo, no entanto, o gabarito baixo.

Em outros pontos voltados exclusivamente para residências, a área mínima de unidade por lote passaria de 10 mil metros quadrados para 600 metros quadrados, permitindo até 16 casas onde antes só caberia uma.

Objetivos

Essas mudanças têm o objetivo de revitalizar o Alto da Boa Vista, transformando-o em uma versão carioca de Itaipava, aproveitando o clima ameno e a proximidade da floresta. No entanto, a proposta é contestada por ambientalistas, como Pedro Cunha de Menezes, que alerta para os impactos ambientais, como aumento da demanda por água e riscos para a fauna silvestre.

A visão de preservar o caráter singular do bairro, mantendo limitações construtivas, é compartilhada por arquitetos e moradores, enquanto defensores das mudanças acreditam que a flexibilização atrairá ocupações formais, prevenindo invasões e favelização.

A discussão também afeta o mercado imobiliário local, com transações estagnadas aguardando uma regulamentação mais clara. Independente do desfecho, a Câmara busca conciliar interesses diversos, equilibrando as demandas dos moradores e especialistas para moldar o futuro do Alto da Boa Vista.

Imagem: Reprodução/WikiMedia