Minas Gerais é um dos estados com mais casos de bullying nas escolas do Brasil

Recentes incidentes de bullying em Belo Horizonte destacaram a urgência de abordar essa questão nas instituições de ensino. Uma mãe relatou que sua filha de 8 anos, com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e sensibilidade auditiva, sofreu bullying em uma escola municipal. Em outro caso, um aluno de 9 anos de uma escola particular foi agredido fisicamente. Essas ocorrências refletem um problema mais amplo que, segundo o 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, afeta quase 40% das escolas no Brasil.

Estatísticas preocupantes sobre bullying nas escolas

De acordo com o levantamento realizado em 2021 pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 37,6% das escolas brasileiras já registraram alguma situação de bullying. Minas Gerais figura como o segundo estado com mais registros, com 2.158 casos, ficando atrás apenas de São Paulo. Esses dados indicam a urgência de intervenções eficazes para combater o bullying no ambiente escolar.

Especialistas como Jakeline Alencar Andrade, professora de psicologia da educação, apontam que o bullying muitas vezes é mascarado como “brincadeira de criança”, perpetuando atitudes agressivas e suas consequências psicológicas. O reconhecimento do problema e a capacitação dos educadores são passos fundamentais para a implementação de políticas de tolerância zero dentro das escolas.

Características dos envolvidos

A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2019, realizada pelo IBGE, revela que os agressores costumam ser meninos de escolas particulares, enquanto as vítimas são frequentemente meninas de escolas públicas. Esse padrão sublinha a importância de intervenções que englobem tanto as escolas quanto as famílias, uma visão corroborada por Marcella Furtado de Magalhães Gomes, especialista em avaliação de aprendizagem.

  • Meninos de escolas particulares tendem a ser agressores.
  • Meninas de escolas públicas são frequentemente vítimas.

Casos recentes, como o de um aluno agredido no Colégio Santo Agostinho, demonstram que medidas estão sendo tomadas para tratar e prevenir futuros incidentes. A instituição tem implementado ações através do Programa de Convivência Ética, que visa educar ao invés de punir. No entanto, desafios permanecem no que diz respeito ao monitoramento e à intervenção eficaz por órgãos externos, como o Conselho Tutelar e o Ministério Público.

Presença do Cyberbullying

Embora o bullying presencial ainda prevaleça nas escolas, o cyberbullying emerge como uma nova frente de preocupação, alavancado pela facilidade do ambiente virtual. Segundo Danilo Suassuna, doutor em psicologia, o anonimato online reduz inibições e pode amplificar comportamentos agressivos. Assim, estratégias de combate precisam atentar tanto para o espaço físico quanto para o digital.

Medidas educativas estão sendo implementadas pelo poder público. A Prefeitura de Belo Horizonte desenvolve projetos com o apoio da Guarda Municipal, enquanto a Secretaria de Estado de Educação do Estado de Minas Gerais avança com iniciativas como os Núcleos de Acolhimento Educacional. Tais esforços visam fortalecer a prevenção e oferecer suporte a vítimas e agressores em potencial, promovendo um ambiente mais seguro e inclusivo para todos os estudantes.