Pesquisa revela desvalorização de recicláveis em Minas Gerais

Em Belo Horizonte e arredores, a compensação pela reciclagem está em queda, com os catadores agora necessitando coletar quase 19,5 mil latas apenas para alcançar o salário mínimo. Segundo o Mercado Mineiro, que conduziu uma pesquisa em 21 ferros-velhos, os materiais recicláveis estão valendo até 79,3% menos em 2024.

O valor médio pago por quilo de latas é de R$ 5,45, o que representa cerca de 75 unidades. Para atingir R$ 1.412, um catador precisaria reunir 19.440 latas. Esse valor representa uma queda de aproximadamente 15,3% em relação ao ano anterior, quando o preço médio era de R$ 6,43.

Classe Vulnerável: Catadores de Materiais Recicláveis Enfrentam Desafios Econômicos

Além disso, o preço de outros materiais recicláveis também diminuiu consideravelmente. O papel branco, por exemplo, teve uma queda de 78,5%, passando de R$ 0,64 para R$ 0,14 por quilo. Isso significa que seriam necessárias 10 toneladas de papel para obter um salário mínimo.

Feliciano Abreu, administrador do Mercado Mineiro, aponta que essa situação representa um problema social, pois muitos catadores não conseguem atingir sequer o mínimo necessário para sobreviver, o que os leva a abandonar essa atividade.

Apenas o preço do cobre permaneceu estável no último ano. O quilo do cobre mel ficou praticamente o mesmo, custando agora R$ 34,72, enquanto o cobre misto aumentou em menos de 1%, sendo vendido por R$ 32,61.

Os valores pagos pelos diferentes ferros-velhos na região de BH variam até 200%. Por exemplo, o quilo de jornal pode ser comprado por valores entre R$ 0,10 e R$ 0,30, enquanto o preço das latas varia de R$ 4,50 a R$ 6,20 por quilo, uma diferença de 37,8%. Mais detalhes sobre essa pesquisa estão disponíveis no site do Mercado Mineiro.

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