Condições ruins das rodovias de MG encarecem produtos? Entenda

Os buracos, trincas e erosões que afetam as rodovias em Minas Gerais não são apenas uma ameaça à segurança no tráfego, mas também causam um aumento significativo de 42% no custo operacional do transporte de cargas.

Essa informação, disponibilizada pela Pesquisa CNT de Rodovias 2023, divulgada recentemente, revela uma problemática que não apenas impacta as transportadoras, que devem gastar cerca de R$ 1,3 bilhão em despesas excessivas com diesel, mas também atinge diretamente o bolso dos consumidores. Saiba mais informações!

Rodovias em MG apresentam más condições

A análise da Confederação Nacional do Transporte (CNT) aponta que, em Minas Gerais, 70,6% da extensão da malha rodoviária avaliada apresenta algum tipo de problema, revelando a má qualidade dessas vias. A pesquisa classifica cinco delas entre as piores do Brasil para trafegar, evidenciando a falta de rodovias consideradas “ótimas”.

A situação expõe um ciclo preocupante, pois a dependência do transporte de cargas por estradas no Brasil, que representa mais de 60% de todo o transporte de carga no país, contribui para gastos excessivos e, consequentemente, para o encarecimento dos produtos finais.

O engenheiro e professor Raphael Lúcio Reis dos Santos, especialista em Infraestrutura de Transportes do Cefet-MG, destaca a importância da manutenção preventiva e corretiva das rodovias para evitar problemas como buracos, trincas e deteriorações.

Ele aponta que a falta de conservação adequada não apenas aumenta o consumo de combustível e desgaste de pneus dos veículos, mas também eleva o risco de acidentes, atrasos nas viagens e perda de cargas.

Como melhorar as rodovias?

Para melhorar a situação das rodovias, Santos sugere que os governos adotem estratégias eficazes de investimento, acompanhamento e responsabilidade pela manutenção das vias. Ele destaca que concessões bem gerenciadas podem ser uma alternativa eficiente.

Além disso, enfatiza a necessidade de reduzir a dependência exclusiva da malha rodoviária, incentivando investimentos em sistemas ferroviários e hidroviários para aumentar a competitividade no transporte de cargas e, por consequência, prolongar a vida útil das rodovias. Essas medidas, segundo Santos, contribuiriam para mitigar os custos adicionais e melhorar a eficiência do transporte de cargas no estado.

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