Governo de Minas tenta negociar dívida com a União usando empresa como moeda de troca

O Ministério da Fazenda foi confrontado, na última semana, com uma proposta intrigante vinda do governo de Minas Gerais.

Um ofício enigmático indagava se a União estava disposta a assumir a administração da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig), visando reduzir parte da imponente dívida que o estado detém. Saiba mais informações!

Renegociação da dívida de Minas

Conforme relataram assessores vinculados à equipe do ministro Fernando Haddad, a notificação aterrissou na sede da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) em Brasília, pontualmente na noite de quinta-feira (26).

Esse questionamento relativo à possibilidade de federalização da entidade estatal decorreu de um compromisso prévio selado entre o Secretário de Fazenda do governo de Romeu Zema (Novo), Gustavo Barbosa e membros da Assembleia Legislativa do estado.

Durante uma audiência pública destinada a debater a adesão do governo mineiro ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) na última terça-feira (24), parlamentares apresentaram a sugestão a Barbosa, mesmo com a inclinação do governo local para privatizar a Codemig. Essa inclinação privatizadora, aliás, compunha uma das exigências impostas pela União para que os estados aderissem ao RRF.

Privatização

A despeito desse ímpeto privatizador, Barbosa se prontificou a enviar a indagação à Secretaria do Tesouro Nacional, salientando que “não há problema algum em federalizar a Codemig. A gente faz isso, federaliza. Sem problemas. Assumo o compromisso aqui em público”, afirmou naquela ocasião.

Vale ressaltar que a Codemig, além de outras atividades, supervisiona a exploração do nióbio em Araxá, no Alto Paranaíba, em colaboração com a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), detendo, no momento, 51% das ações, enquanto o estado possui 49%.

O governo Zema estima que a privatização da empresa poderia resultar em ganhos de cerca de R$ 20 bilhões, uma quantia que poderia ser utilizada para mitigar a dívida de Minas com a União, atualmente avaliada em R$ 156,2 bilhões.

Impelido pela necessidade de estabilizar as contas do estado, o governo de Minas Gerais tem se empenhado na adesão ao RRF desde a chegada de Zema ao poder, em 2019. O prazo-limite para aderir a esse programa governamental é 20 de dezembro.

Para mais notícias e informações, visite nosso site!

Imagem: Reprodução/Freepik