Dados do Governo revelam situação preocupante sobre saúde no Rio de Janeiro
Uma avaliação recente realizada pelo RJ2, apontou que os investimentos na saúde pública por parte do governo estadual do Rio de Janeiro foram de R$ 430 para cada cidadão no estado em 2023. Esse número foi alcançado com exclusão dos recursos federais, ressaltando uma particularidade de gerenciamento financeiro em saúde pública.
Segundo os dados do sistema do Ministério da Saúde, o total destinado à saúde alcançou a cifra de R$ 6.915 bilhões. Mesmo encabeçando um dos maiores orçamentos para saúde entre os estados brasileiros, o Rio de Janeiro apenas segue o limite de 12% estipulado pela Constituição Federal, não excedendo essa porcentagem na alocação de seus recursos.
O que isso significa para o atendimento da saúde no Rio?
A aplicação de recursos estritamente dentro do limite legal revela uma rigidez financeira que, embora pareça prudente, pode não suprir a crescente demanda por serviços de saúde na região. De acordo com uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), a Fundação Saúde gastou mais de R$ 300 milhões sem contratos adequados, mostrando falhas na administração dos recursos.
O Amapá, destacando-se em primeiro lugar no ranking, investe quatro vezes mais do que o Rio em sua saúde pública. Esse dado nos leva a refletir sobre a disparidade de gestão e priorização dos recursos entre os estados. Enquanto alguns estados, como o Rio, limitam-se ao mínimo constitucional, outros, alavancam o bem-estar de seus cidadãos com investimentos mais robustos.
Além dos problemas de gestão interna, o RJ enfrenta sérios desafios com relação aos repasses financeiros para os municípios. Em 2024, a diminuição e atraso desses repasses têm sido constantes, impactando negativamente o cofinanciamento de serviços essenciais de saúde, principalmente nas regiões menos favorecidas e sem vínculos políticos fortes com o governo estadual.
Cidades como Duque de Caxias e Nova Iguaçu, que têm prefeitos aliados ao governador Cláudio Castro, não enfrentam os mesmos problemas de atraso nos repasses, evidenciando uma preocupante desigualdade administrativa.
Diante da escassez e desigualdade nos repasses, a população mais afetada expressa crescentes reclamações quanto à qualidade do atendimento. Em contrapartida, o governo do estado promete resolver os atrasos até o final do ano e afirma que, apesar dos limites fiscais impingidos, tem feito esforços para manter e até intensificar os investimentos na saúde nas áreas mais críticas.