Novo projeto pode barrar diversos pedágios em Minas Gerais
Recentemente, foi apresentado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais um projeto de lei que visa estabelecer uma distância mínima entre praças de pedágio nas rodovias do estado. Proposto pelos deputados Betão (PT) e Lohanna (PV), o projeto busca garantir que essas estruturas não sejam instaladas a menos de 100 quilômetros umas das outras, em um esforço para reduzir o impacto financeiro sobre os motoristas.
O contexto para essa proposta é a concessão planejada de várias rodovias estaduais, onde o governo pretende instalar 12 novas praças de pedágio. Algumas dessas praças estariam localizadas a menos de 10 quilômetros de distância entre si, o que gerou preocupação entre os usuários das rodovias e motivou a criação do projeto de lei.
Projeta visa barrar pedágios em Minas Gerais
Os pedágios representam um custo adicional significativo para aqueles que dependem das rodovias para deslocamento diário. O deputado Betão, que lidera a iniciativa, destaca que a cobrança frequente pode aumentar os gastos dos trabalhadores, afetando seu orçamento mensal. Para mobilizar a opinião pública, ele lançou um abaixo-assinado intitulado “Pedágio é Roubo”, que busca apoio contra a instalação excessiva de pedágios.
Além disso, estão sendo organizadas audiências públicas para discutir os efeitos dos pedágios na vida dos cidadãos, incluindo questões de mobilidade e acesso a serviços essenciais. Essas audiências visam reunir contribuições da população e avaliar os impactos sociais e econômicos das concessões.
A deputada Lohanna, coautora do projeto, argumenta que a medida é necessária para assegurar uma cobrança justa e equilibrada para os usuários das rodovias. Ela enfatiza que a instalação de pedágios em intervalos curtos não é justificável e que o objetivo é evitar que as rodovias se tornem uma fonte de lucro desproporcional para as concessionárias.
Essa preocupação reflete a insatisfação da população com as concessões anteriores, que muitas vezes resultaram em aumentos de tarifas sem melhorias significativas na infraestrutura rodoviária.
Por outro lado, a Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra) defende que as concessões são fundamentais para modernizar a infraestrutura rodoviária. O plano inclui investimentos em duplicações de rodovias, construção de viadutos e passarelas, além de melhorias nos serviços de assistência aos motoristas. Essas ações visam aumentar a segurança e reduzir o tempo de viagem entre cidades importantes.
O secretário de Infraestrutura, Pedro Bruno, acredita que essas melhorias podem beneficiar significativamente os motoristas, reduzindo o tempo de deslocamento e melhorando a qualidade das rodovias.
Apesar das promessas de melhorias, há uma resistência crescente ao projeto de concessão. Outro abaixo-assinado, liderado por políticos locais, já reuniu milhares de assinaturas contra os novos pedágios. Os críticos apontam que o impacto financeiro sobre as famílias será significativo, especialmente para aqueles que utilizam as rodovias diariamente para trabalhar.
O leilão para a concessão das rodovias está programado para ocorrer em junho na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), e a mobilização popular continua a ser um fator importante na discussão sobre o futuro das rodovias em Minas Gerais.